Devido aos empecilhos que ainda restringem o funcionamento do aeroporto de Porto Alegre, e tendo a necessidade de viajar, decidi pegar a estrada, de carro, até Curitiba.
Nessa fase da vida, percorrer os quase mil quilômetros até a capital paranaense, foi no mínimo diferente.
Ao rodar pelo asfalto em direção Norte, centenas de lembranças povoaram minha mente ao longo do percurso.
Lentamente pude relembrar fatos da vida, tais como a minha primeira ida à Curitiba, algumas décadas atrás.
O desconhecido, as dúvidas, as incertezas e, finalmente, o início de uma vida nova no Paraná.
O primeiro (e único) emprego, as conquistas diárias, a vida longe dos pais e irmãos. Acenderam na minha mente o nascimento dos filhos, suas primeiras idas à escola, competições esportivas e apresentações teatrais.
Surgiram no para-brisas as formaturas na universidade, os seus trabalhos e, ao longe, onde o asfalto toca o céu, avistei o rumo que eles tomaram, rumo ao mundo exterior; tão longe fisicamente, mas tão dentro do coração.
Revisitei casas onde habitei, ruas por onde andei, cenas que vivi.
O velocímetro é inimigo das lembranças.
Ao se andar mais devagar no asfalto, mais se viaja nas lembranças.
Talvez seja essa matemática que une números, velocidades, distâncias e recordações.
As horas passam, a distância é vencida e a realidade vence.
Chega-se ao destino e percebe-se que está tudo ali, inclusive as saudades.
Valeu a viagem!
Valeu a vida!
Tudo valeu a pena e continuará valendo!
Enquanto houverem sonhadores, um passado bonito e caminhos a serem percorridos, tudo sempre valerá a pena!
Afinal, a conjunção de rotas, coordenadas, reminiscências e um horizonte formam a estrada da vida.
Acelere, mas não muito.
Aproveite a viagem!
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