E lá fui eu novamente. Mesmo tendo assistido ao show “This is not a drill” em sua segunda apresentação dessa turnê em Lisboa em março passado, comprei um novo ingresso e fui para a Arena do Grêmio em Porto Alegre. Com poucas alterações em relação aos primeiros espetáculos, o que se assistiu durante três horas, divididas por um intervalo de vinte minutos, foi algo novamente hipnotizante. Para o jovem que começou a ouvir a música do Pink Floyd na década de 1970, o show apresentado por Waters é algo que só serve de reforço para as convicções adquirias ao longo do tempo e aumentar o gosto pelo som psicodélico, denso, direto e cósmico apresentado.
Apesar de todas as polêmicas que envolvem o músico devido às suas opiniões politicas e pessoais, o show continua imperdível e trazendo a tona o espírito do antigo Pink Floyd. O aviso dado no início do espetáculo, continua o mesmo: “se você é daqueles que diz “eu amo o Pink Floyd, mas detesto as opiniões politicas do Roger”, vaza para o bar.” Aviso ignorado por todos, logicamente. Acompanhado por uma banda formada por músicos experientes, o som na Arena foi impecável.
Destaco entre esses músicos, o excepcional guitarrista Dave Kilminster, que magistralmente executa os solos, originariamente criados por David Gilmour, hoje um desafeto de Roger, no Pink Floyd. Diferentemente dos shows apresentados na Europa, em arenas menores e cobertas, os telões não estão em forma de cruz no teto e sim dispostos lado a lado no palco. As imagens projetadas, o som, as luzes, os raios laser e os fogos de artifício cronometradamente espoucados, impressionam. As clássicas figuras da ovelha e do porco infláveis estavam lá, sobrevoando o público presente em uma alusão ao álbum “Animals”. Enfim, tudo impecável e imperdível.
Talvez essa seja a última turnê mundial do fundador do Pink Floyd; só o tempo dirá. Polêmicas, boa música, um show feito à perfeição era o que se esperava do mitológico Roger Waters. E foi o que ele entregou. Mais uma vez.
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