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Poemas viajantes…

Jefferson Dieckmann


Diz-se que após o escritor publicar um texto de sua autoria, seja em livros ou atualmente nas mídias digitais, este texto não mais lhe pertence. Ele passa a ser do conhecimento e do domínio dos leitores. Aquilo que surgiu das mais ocultas ideias do escritor, desnuda-se, ante os olhos do público que o lê. Essa é a cronologia e a mecânica de algo tão normal como se contar um segredo.


Dizem que ao dividir um segredo com mais alguém, ele automaticamente deixou de ser um segredo e passa a ser algo do domínio de duas pessoas. Conjecturas e divagações à parte, este é o processo de interação entre o escritor e seu público.


Assim ocorre com meus poemas; gosto de liberta-los para que sigam o seu caminho, seja por conta própria, seja comentados de boca em boca por elogios ou até por críticas. Sim, críticas! Por que não? Pensando nisso, resolvi libertar o que segue:


Poemas viajantes


Sem vistos, permissões ou passaportes

Versos voam, soltos ao vento

Em cada brochura, um alívio

Em cada leitura, um lar

Fronteiras, só do pensamento


Letras, sílabas, vocábulos

Dissipam raiva, medo, solidão

Percebo ter o mundo descoberto

Ao ter um livro à mão


Em frágeis asas de papel

Voam altivos, resolutos, diretos

Por testemunha, só o olhar

Caminhando linhas

Escorregando palavras

A viagem continua

Em cada página despida

Em cada sentimento avivado

Em cada amor vivido

Em cada poema adotado

(Embarquei. Até um dia!)


Pronto! Agora é seu! Abraços!





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