

Existem pelo mundo muitos senhores da razão, doutores da lei, comandantes dos destinos alheios e por aí afora. São pessoas que se acham acima de tudo e de todos. São aqueles que te indagam: “você sabe com quem está falando?” Tentam ser pequenas versões de ditadores, obstinados opressores, seres possessivos e vão, à força, impondo isso aos outros, os quais consideram inferiores.

Tenho pensado na finitude da vida, no quão frágeis somos e no papel de um grão de areia no universo, o que realmente somos. Hoje, estamos bem e saudáveis. Amanhã, uma simples queda na rua, um tropeço na calçada, ou um escorregão na chuva podem mudar o nosso viver. Desde uma luxação dolorida, uma fratura que demorará a se curar ou mesmo a morte estão a um passo de todos nós. Hoje somos, amanhã não estamos.

Somos pequenos, somos frágeis, somos um a mais na multidão. Bom seria se essa visão de seres frágeis, finitos e pequenos fosse percebida por todos. Muitas injustiças seriam evitadas, várias brigas não aconteceriam e a paz poderia reinar entre os viventes. Poderia haver uma melhor distinção entre o “ter” e o “ser”, um grande mal da humanidade. As relações de amor seriam mais fortes, mais intensas, o que melhoraria sobremaneira o mundo em que estamos vivendo em um lapso tão pequeno de tempo. Pensemos nisso. Talvez ainda seja tempo.

Jefferson Dieckmann(autor)
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