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Jefferson Dieckmann

O CIRCO

**Um poema de Jefferson Dieckmann


O circo…

No circo do mundo,

Imensa lona,

Grande picadeiro,

Eu, marionete da vida,

Me jogo, sou jogado,

Me apresento, sou atirado,

Escolho trajes; escolho papéis.

Escrevo roteiro.

Toda a vida, todo dia.

O dia inteiro.

O que fui ontem?

O que sou hoje?

– Malabarista: pratos, argolas, equilíbrio.

Não deixo a vida cair.

– Palhaço: risos, caretas, sorrisos pagos.

Cara pintada, calça folgada.

Alma perturbada, passo o pé na tristeza.

– Domador: Chicote, botas, cadeira.

Domesticando decepções,

Chicoteando situações,

Arquitetando depressões.

– Trapezista: voando, saltando, flutuando.

Sem rede, sem asas, sem proteção.

Mas, por quê?

Quem manda, quem ordena?

Estar à mostra, estar no centro,

No holofote, no picadeiro.

Penso, reflito, busco, insisto

Ser nesta farra da vida

Apenas e tão somente, o pipoqueiro...








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