O Bem Maior
- Ailton Cunha
- 2 de set.
- 2 min de leitura
Por Ailton Cunha
Vivemos em uma sociedade acelerada, onde cada minuto parece cronometrado e cada um luta para alcançar os seus próprios objetivos. Nesse ritmo, muitas vezes esquecemos o que realmente nos aproxima como seres humanos: a capacidade de enxergar o outro e agir com compaixão.
Em Lucas 10:25-37, Jesus conta a parábola do bom samaritano para ensinar justamente isso: que o bem maior não está no status, na religião ou nas aparências, mas no amor colocado em prática.
Na história, um homem é assaltado, espancado e deixado à beira do caminho. Dois religiosos passam por ele e seguem adiante, indiferentes ao sofrimento. Somente o samaritano — um estrangeiro desprezado pela cultura da época — interrompe sua jornada, cuida das feridas do homem e garante que ele tenha abrigo e recuperação. O detalhe mais marcante é que o samaritano não perguntou quem era, de onde vinha ou se “merecia” ajuda. Ele simplesmente viu a necessidade e agiu.
Trazendo para os dias de hoje, quantas vezes repetimos a postura dos religiosos? Nas redes sociais, pregamos sobre empatia e solidariedade, mas no cotidiano desviamos o olhar diante de alguém em situação de rua, ignoramos o colega que demonstra sinais de depressão ou não oferecemos ajuda ao vizinho que luta sozinho contra dificuldades financeiras. É como se estivéssemos sempre com pressa demais para parar e cuidar.
O bem maior não é uma ideia abstrata, mas uma prática diária. Ele se revela quando decidimos colocar a dor do outro no nosso campo de visão. Pode estar em oferecer um prato de comida, uma palavra de ânimo, uma escuta atenta, um abraço ou até mesmo em abrir mão de um pouco do nosso tempo para estar presente.
O mundo de hoje carece menos de discursos e mais de atitudes samaritanas. A verdadeira espiritualidade não se mede pelo quanto frequentamos templos ou conhecemos textos sagrados, mas pelo quanto transformamos esse conhecimento em amor concreto. Afinal, como disse Jesus no final da parábola: “Vá e faça o mesmo.”
O bem maior não é aquilo que acumulamos para nós, mas o que oferecemos de nós para o outro. É isso que nos torna verdadeiramente humanos e reflete, na prática, o amor de Deus.









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