
O processo de ocupação das terras na Serra dos Tapes teve início em 1858 com a chegada dos primeiros 88 imigrantes alemães e pomeranos à Colônia de São Lourenço. Carregavam consigo poucas bagagens: a língua pátria, costumes, histórias orais e muitos sonhos.
Destaca-se entre esses costumes o curioso casamento pomerano, onde a noiva vestia-se de preto. Segundo Jairo Scholl Costa, as interpretações dessa tradição variam de sinal de respeito ao ato até representação de luto, relacionada à antiga prática feudal chamada Iuri primae nocte.
No contexto do casamento pomerano, o papel central era desempenhado pelo convidador, geralmente o irmão mais jovem da noiva. Sem convites impressos, ele anunciava oralmente os detalhes da cerimônia enquanto montava um cavalo enfeitado. A aceitação do convite era sinalizada pelas famílias ao recortar tiras de pano e prendê-las à roupa do convidador.
Como parte da tradição, era comum brindar à sorte dos noivos oferecendo-lhe uma bebida alcoólica, o "maischnaps", ao convidador. Depois de tantos convites e rodadas de aguardente, acabava vendo "alles blau", e quem o levava de volta para casa era o cavalo.
O roteiro de turismo rural Caminho Pomerano, em São Lourenço do Sul, busca resgatar essas histórias. Sob a condução de Rodrigo Seefeldt, condutor local, o roteiro proporciona uma experiência interativa, recriando as tradições da noiva de preto e do convidador. A encenação ocorre em empreendimentos do roteiro, envolvendo os visitantes na rica cultura dos imigrantes pomeranos e proporcionando uma imersão na história da extinta Pomerânia, que perdurou na Colônia de São Lourenço.

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