Banda Kraftwerk e a Música Eletrônica
- Dj Guilherme
- 8 de set.
- 3 min de leitura
Se você gosta de música eletrônica, talvez não saiba, mas a Kraftwerk, banda criada em Düsseldorf, na Alemanha, formada por quatro alemães em 1970, foi o ponto de virada para a mudança de cenário do estilo musical. Ralf Hütter e Florian Schneider, líderes do grupo, se destacam como pioneiros dessa transformação.
Eles não inventaram a música eletrônica; antes deles já existiam experimentos com sintetizadores nos anos 50 e 60, usados mais para trilhas sonoras, rádio e cinema do que para a pista de dança.
Neste período, a música eletrônica era mais “de laboratório”, usada por compositores experimentais como Karlheinz Stockhausen ou em estúdios de rádio e TV.
Em 1920 surge o theremin, um instrumento que se toca sem encostar, apenas movendo as mãos no ar.
Em 1964, Robert Moog cria o sintetizador modular com teclado, tornando o som eletrônico acessível a músicos comuns.
Em 1968, Wendy Carlos vende milhões com Switched-On Bach, provando que o eletrônico podia conquistar as massas. Wendy pegou um dos sintetizadores Moog, um instrumento desconhecido até então, e com ele reproduziu eletronicamente os seis Concertos de Brandenburgo de Johann Sebastian Bach, transformando-o no primeiro álbum clássico a ganhar um disco de platina: o Switched-On Bach. O álbum se tornou um dos clássicos "eletrônicos" mais influentes de todos os tempos, quebrando as fronteiras entre música clássica e a feita com sintetizadores. A obra ganhou três Grammys e transformou a opinião pública sobre os sintetizadores, que até então não eram vistos como instrumentos musicais, popularizando-os.
Enquanto isso, Donald Buchla criava instrumentos mais experimentais, sem teclado, para músicos aventureiros.
O Kraftwerk fez algo revolucionário: pegou aquela estética futurista, transformou em música pop e mostrou para o mundo que máquinas também podiam emocionar.
O impacto deles é tão grande que, de DJs underground a astros do pop, todo mundo deve um pouco ao que o Kraftwerk fez. Sem eles, talvez a música eletrônica ainda fosse um som de nicho, restrito a poucos curiosos.
Exemplos:
The Weeknd – No álbum Starboy (2016) e no Dawn FM (2022), ele usa synths e batidas repetitivas com estética retrô-futurista que lembram muito o clima minimalista do Kraftwerk. O clipe e a sonoridade de Blinding Lights têm DNA total da eletrônica dos anos 70 e 80.
Daft Punk – Talvez o exemplo mais óbvio: vocoders, visual robótico, batidas mecânicas, repetição hipnótica. Tudo vem direto do Kraftwerk. Inclusive, o Daft Punk já admitiu a influência deles várias vezes em entrevistas.
Calvin Harris – Em músicas como I’m Not Alone ou Slide, ele usa camadas e texturas que soam como um “Kraftwerk atualizado para pista pop”.
LCD Soundsystem – James Murphy misturou grooves eletrônicos minimalistas com atitude rock.
Depois do Kraftwerk, surgiram movimentos inteiros: o synthpop dos anos 80 (Depeche Mode, New Order), a house music e o techno de Chicago e Detroit, a cena rave dos anos 90 e, mais tarde, o EDM e a música eletrônica que ouvimos hoje em clubes e festivais.
Tem um documentário sobre o Kraftwerk no YouTube:👉 Assista aqui
Em 2014, o Kraftwerk recebeu, junto aos Beatles, o prêmio Grammy Lifetime Achievement, pelo conjunto de suas obras.
Discografia:
1970 – Tone Float (ainda sob o nome Organisation)
1971 – Kraftwerk
1972 – Kraftwerk 2
1973 – Ralf und Florian
1974 – Autobahn
1975 – Radio-Aktivität (título em inglês: Radio-Activity)
1977 – Trans-Europa Express (título em inglês: Trans-Europe Express)
1978 – Die Mensch-Maschine (título em inglês: The Man-Machine)
1981 – Computerwelt (título em inglês: Computer World)
1986 – Electric Café
1991 – The Mix
2003 – Tour de France Soundtracks
2005 – Minimum-Maximum
Eles mostraram que o futuro tinha ritmo – e esse ritmo veio pra ficar. Agora você já sabe onde está o grande marco da história da música eletrônica nesta linha do tempo.
Agenda
Neste sábado, dia 06 de setembro, estarei animando a festa “Apaixonados por Bailão” no Grêmio Esportivo Lourenciano juntamente com a Banda Sul Brass e Junior Braga & Banda. Produção Noite do Forró e da Vaneira.
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