A simplicidade e a beleza…

Em tempos de Internet, smartphones, carros com direção autônoma e outros avanços tecnológicos, acho que o verdadeiro sentido da vida e a beleza de tudo ainda está na simplicidade. Basta prestar atenção em um piquenique, por exemplo.

A singeleza da toalha quadriculada estendida no gramado já anuncia o que deverá acontecer ali. A disposição das guloseimas sobre a toalha e as pessoas simplesmente sentadas em comunhão com a natureza, completam a cena. Ali passam-se as horas em um descontraído decorrer de assuntos e sorrisos em uma escancarada alegria.

O saborear de um sanduíche, uma fatia de bolo, acompanhados de um copo de suco ou de um chimarrão complementam o ritual.

Em fusão com a natureza, também acontece a algazarra canina, correndo latindo e pulando, interrompendo por vezes a sinfonia dos pássaros.

Nesses momentos, deixa-se de lado os problemas, preocupações e contas a pagar.

Existe uma aproximação com aquilo que nos é essencial, que é a amizade, a troca de experiências e de sorrisos aliada a um contemplar de uma paisagem natural, embora muitas vezes urbana. O paraíso momentâneo pode estar ali, mesmo cercado pela movimentação dos automóveis. Talvez voltarmos a nos contentar com pouco pode ser o remédio para o muito a que estamos sendo constantemente bombardeados.

Os pés descalços após um demorado tempo vestidos, tocando o solo nos reaproxima da natureza e da Mãe Terra.

Que possamos “descer do salto” e nos apropriarmos da primitiva sensação de andar descalços, em uma nova reaproximação com a natureza. Que possamos assim, voltarmos a ser, mesmo que por pouco tempo, primitivos seres felizes.