A nossa vida sempre foi boa. Tranquilidade, a falta de conhecimento de geografia e movimentação das nossas águas sempre marcaram os nossos dias. Por séculos, o clima no planeta comportou-se com normalidade. Os polos da Terra eram congelados, as florestas aliviavam o calor e proporcionavam um ar puro, e assim, éramos felizes. Aqui, no nosso quintal, passamos décadas nos divertindo nas águas calmas das praias da Lagoa dos Patos, sem preocupar-nos com as características da região e a dança das águas entre o Guaíba, Canal de São Gonçalo, Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico. Hoje, à duras penas, com muito prejuízo financeiro e de vidas humanas depois, estamos aprendendo essa lição.
Creio que os tempos de indiferença e descaso passaram. Temos que começar a ter preocupações e tomarmos atitudes em relação aos distúrbios do clima e suas consequentes interferências nas nossas vidas.
Tranquilidade é uma coisa; descaso é outra.
Prevenção inteligente é uma coisa; negligência cega é outra.
É hora dos nossos políticos voltarem seus olhos para estes assuntos que estão impactando o nosso presente e, se nada for feito, ameaçará o nosso futuro. Por muitos anos, despejou-se, erroneamente concreto e asfalto pelas nossas cidades. É preciso e será imprescindível termos os “terrenos esponja” para drenar as águas das intensas chuvas. Um grande exemplo são os parques de Curitiba, idealizados pelo prefeito Jaime Lerner, há décadas atrás. Esses parques inundam sim, mas esta é a sua função, livrando assim, as ruas da cidade das impiedosas águas.
Sabemos que na maior parte das cidades, tomar agora atitudes como essa, não é simples. Mas é algo que se torna necessário. Precisamos seguir os bons exemplos. Nossa vida dependerá cada vez mais disso. O passado florido despetalou-se. Se torna preciso um replantio, se desejarmos vivenciar novas primaveras.
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