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Ailton Cunha

O Tempo não Volta, mas os Momentos Duram


Quantas vezes você já olhou para trás e percebeu que os momentos mais preciosos foram os mais simples? Não foram as grandes festas, os troféus ou as metas alcançadas que deixaram o sorriso mais sincero no seu rosto. Foram aqueles pequenos instantes, muitas vezes inesperados, que te tocaram profundamente. Talvez tenha sido o cheiro de bolo saindo do forno na casa da sua avó, uma conversa despretensiosa ao pôr do sol ou um abraço que chegou no momento exato.


O problema é que, muitas vezes, estamos tão ocupados com o que vem a seguir que deixa o presente escapar pelos dedos. Estamos pensando constantemente no próximo objetivo, na próxima reunião, no próximo final de semana. Mas, enquanto olhamos para o futuro, deixamos de viver o agora. E o agora é tudo o que temos.


Aquele "eu te amo" que você engoliu com medo de parecer vulnerável pode ter sido o momento que mudaria o dia de alguém. A oportunidade de desligar o celular e simplesmente ouvir uma história, por mais banal que pareça, poderia se tornar uma lembrança inesquecível. Cada instante é um presente que o tempo nos dá — e ele não espera.


A felicidade não mora em grandes resultados ou conquistas marcantes. Ela se esconde nos momentos que passam despercebidos. É o riso espontâneo que surge sem aviso, a brisa fresca em um dia quente, o silêncio confortável ao lado de quem amamos. São esses detalhes que preenchem nossa memória e aquecem o coração.


Hoje, o que tal fazer o exercício de prestar mais atenção? Pare por um momento e sinta a textura do vento no seu rosto. Ouça com mais cuidado o som da risada de quem está perto de você. Saboreie a comida que está no seu prato, percebendo cada detalhe do gosto e da textura. Porque é nesses pequenos atos a presença de que encontramos o verdadeiro significado de viver.


O tempo não volta. Não importa o quanto tentamos, os segundos que se passaram já são história. Mas os momentos — ah, esses duram. Eles permanecem vivos em nossa memória, como pedacinhos de eternidade que guardamos no coração. Por isso, viva. Não de forma apressada ou distraída, mas com intenção, com gratidão, com presença. Afinal, viver é estar atento ao agora, e o agora é o único tempo que temos.






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