top of page
Laura Prado

Ambiental vs. Agronegócio: um embate do século passado?


De um lado, a preservação do meio ambiente, o equilíbrio ecológico, a qualidade da vida humana e de outras espécies, e a preservação de culturas tradicionais. De outro, o desenvolvimento nacional ,centenas de cadeias de produção, geração de milhares de empregos e mais de 27% do PIB brasileiro.

 

Por muito tempo, a discussão entre a questão ambiental e o agronegócio foi (e ainda é) marcada por um embate ferrenho, com discussões de alcance político, social e econômico.

 

Não por menos, a questão do uso de terras proveniente do desmatamento ilegal, para sustentação de determinados braços do agronegócio, é um dos principais fatores que contribuem para o agravamento das mudanças climáticas no Brasil, sem falar em outros problemas socioambientais gerados.

 

O Congresso Nacional brasileiro, talvez principal palco deste embate, ainda contracena vívidos dramas entre as bancadas ambientalista e rural, e representa nada menos do que velhas discussões e interesses do capitalismo e história brasileira.

 

Em meio ao complexo emaranhado, felizmente, emerge um paradoxo que delineia possíveis escolhas para um caminho futuro: a codependência entre os setores.

 

Evidente, conforme delineado acima, que a preservação ambiental também dependerá dos esforços realizados pelo agronegócio brasileiro. Não por menos, a Europa está empregando tamanha pressão sobre esta atividade econômica, no sentido de adaptar suas práticas a padrões de sustentabilidade.

 

Por outro lado, aqueles produtores que vivenciaram os episódios naturais decorrentes das mudanças do clima no Rio Grande do Sul, principalmente em 2024, compreendem bem de perto os seguintes números: R$ 3,1 bilhões de reais em prejuízos na agricultura, e R$ 272 milhões na pecuária.

 

“E por que felizmente?”, você poderia me perguntar.

Reflito diariamente se é possível superar os antigos embates entre estes setores e deixá-los, ao menos em parte, no passado.

 

Os indícios  apontam que a própria modernização do agronegócio e as tecnologias hoje aplicadas refletem uma capacidade de eficiência, também aproveitada sob a perspectiva sustentável.

 

Mediante este novo momento do capitalismo, precisamos superar as velhas práticas de grilagem, desmatamento ilegal e violação das comunidades tradicionais, para valorizar os pequenos e médios produtores rurais e as possibilidades sustentáveis e tecnológicas que se colocam. Mais do que isso, os novos negócios, mercados e portas que a questão ambiental abre para o agronegócio brasileiro.

 

Pagamento por serviços ambientais, mercados de carbono, cultivares e exploração de energias renováveis são apenas alguns exemplos das potencialidades brasileiras advindas dessa união. Potencialidades brasileiras essas, as quais nos colocam como forte ator no cenário internacional, inclusive.

 

Ao que me parece, só não percebe o potencial brasileiro frente à harmonia dos setores ambiental e do agronegócio, aqueles que ainda resguardam interesses com raízes no século passado.






Siga Laura Prado no Instagram!

コメント


bottom of page